Empresa da Transnordestina aplica calote em comerciantes do município de Paulistana

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O sonho de ganhar dinheiro com as obras da Ferrovia Transnordestina em Paulistana no semiárido do Piauí está se transformando em pesadelo para alguns comerciantes naquela cidade. Um deles denuncia que várias pessoas foram vítimas de um calote no valor estimado de R$ 100 mil aplicado por uma das empresas levadas pela Transnordestina Logistica, a Holding responsável pela obra e que tem na construtora Odebrecht a sua maior empresa. A Dall Empreendimentos, uma empresa com sede em Aracaju (SE) é a denunciada pelos comerciantes piauienses.

O mais prejudicado é o comerciante Isênio Roque da Silva. Trabalhando no ramo de panificação ele denuncia que durante alguns meses forneceu produtos alimentícios para a Dall que era a responsável pela alimentação dos trabalhadores na Transnordestina trabalhando diretamente no canteiro da Odebrecht na BR-407 na entrada da cidade.

Quando foi cobrar pelo produto vendido o comerciante disse que recebeu vários cheques da Dall Empreendimentos e qual foi a sua surpresa: ao tentar sacar o dinheiro, descobriu que os cheques tinham sido sustados. Os “borrachudos” eram do Banco do Estado de Sergipe.

Roque somou os cheques devolvidos e descobriu que a Dall havia lhe dado um prejuízo no valor de R$ 57 mil. “Procurei saber de outros comerciantes e descobrir que havia mais vítimas. Um posto de gasolina e outras pessoas que sofreram um calote menor do que o meu, mas que também necessitam do dinheiro “, disse Roque. Só o posto de combustível teve um prejuízo de cerca de R$ de 3 mil.

Os cheques foram passados no mês de outubro do ano passado e desde este tempo que o comerciante tenta receber o dinheiro, sem contudo, obter sucesso. Só viagem para Aracaju Roque diz que já fez duas, aumentando o seu prejuízo com passagens e estadias, mas nem isto sensibilizou os executivos da empresa.

Outras providencias tomadas pelo comerciante foi procurar a Transnordestina responsáveis pela contratação da empresa sergipana masfoi informado pelos diretores da Transnordestina que a empresa nada tinha a ver com o problema. “Como não?”, indaga o comerciante. “Foi a holding que além de trazê-la para o Piauí, quando o contrato acabou e a Dall foi embora, assumiu o serviços e até os ex-funcionários dela”, argumenta o comerciante lesado.

A Dall Empreendimentos tem um site na Internet onde diz que atua em oito estados do Brasil, inclusive o Piauí onde quem clica no mapa verá a empresa associada à Transnordestina. Os outros estados onde a Dall diz que atua são: Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco (onde também aparece como parceira da Transnordestina, além de outras empresas e o Governo do Estado), Sergipe (seu estado natal), Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Em vários destes a empresa associa o seu nome a Governos estaduais e prefeitura, além da própria Petrobras, a estatal brasileira do petróleo.

A reportagem tentou obter a versão das empresas citadas nesta matéria, mas não obteve êxito. Para a Dall Empreendimentos foram encaminhados dois e-mails para os endereços constantes no “fale conosco” do site http://www.dall.com.br/ (rh@dall.com.br) e para a ouvidoria da empresa cujo endereço também no site, mas nenhuma respostas foi encaminhada ao repórter.

A assessoria da Transnordestina Logística disse que a empresa não iria se pronunciar sobre o assunto. Confirmou que a Dall prestou serviços para a holding em Paulistana, mas negou que a Dall e ainda tivesse algum tipo de parceria ou contrato de trabalho com a Transnordesina tanto no Piauí quanto em Pernambuco como está no site da empresa sergipana. A Odebrecht não foi encontrada para prestar esclarecimento0s sobre o caso.
 
Fonte: piauihoje.com